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Como
eu trato o Transtorno Afetivo Bipolar
É fundamental a convicção de que o Transtorno
Afetivo Bipolar é uma doença recorrente e de curso
irregular. Assim, as vezes é difícil determinar exatamente
se o paciente melhora com o tratamento ou devido à manifestação
do curso naturalmente oscilante da doença. De qualquer forma, sem
tratamento nenhum o prognóstico é muito pior e a vida em
sociedade é severamente prejudicada.
Devemos
ter em mente que o objetivo terapêuticos para o paciente com
Transtorno Afetivo Bipolar é
tratar a fase aguda de depressão, ou a fase
aguda de mania (euforia), estabilizar o humor e
impedir retornos depressivos ou maníacos observando cuidadosamente
os sinais indicativos de que uma ou outra fase está se desenvolvendo.
Como nenhum medicamento é completamente eficaz isoladamente
para o Transtorno Afetivo Bipolar, é preciso
elaborar opções terapêuticas que ofereça
esquemas eficientes de tratamento individualizado para cada paciente.
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Com
o passar do tempo os familiares e o próprio paciente aprenderá
a manejar seu tratamento. Entre as diversas estratégias de tratamento,
o chamado Sistema Colaborativo, onde se estabelece uma
aliança terapêutica muito forte entre o paciente, o terapeuta
e a família tem sido o modelo mais eficaz.
Sistema Colaborativo
Este sistema estabelece uma forte aliança terapêutica que
inclua o terapeuta, o paciente, e os membros da família do paciente
para promover a participação ativa e adesão do paciente
a seu tratamento.
Os membros da família que trabalham com o terapeuta podem ser mais
receptivos a aprender como fornecer ao paciente uma sustentação
emocional e um auxílio eficaz.
O Sistema Colaborativo é baseado no princípio que
cada membro do sistema de sustentação do paciente, incluindo
ele próprio, ocupe uma posição de responsabilidade
para trazer contribuições valiosas ao tratamento, cada um
dentro de seu papel. Para tal, é importante discutir, em reunião
com o grupo, a responsabilidade de cada um de maneira clara, mais ou menos
da seguinte forma:
1.- Normalmente o clínico é responsável pela
oferta do conhecimento técnico, pela elaboração
das opções de tratamento seguro, eficaz e adequado a cada
caso individualizado. É responsável ainda pelo atendimento
em momentos excepcionais (fora do dia agendado para a consulta) razoavelmente
solicitadas em caráter de urgência.
2.- O paciente é responsável pelo esforço
em se interessar e compreender as informações apresentadas
por seu médico e pela escolha e aceitação da opção
de tratamento mais razoável. Deve ainda, responsabilizar-se pela
tomada da medicação e aceitação, dentro do
possível discutido em reunião, das demais opções
coadjuvantes de tratamento.
3.- Os membros da família são responsáveis pela compreensão
do caráter patológico e pela tolerância de determinados
comportamentos do paciente. São responsáveis ainda
pela supervisão das tomadas de medicação, pela
detecção dos sinais de eventuais novos episódios
de mania ou depressão, bem como pelo pronto encaminhamento do caso
para atendimento nessas circunstâncias.
Este tratamento integrado é o que apresenta melhor evolução,
menor recaída e maior sucesso terapêutico.
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