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Alcoolismo:
fases de evolução da doença - Drauzio Varella
Fase 1 – Adaptação
Ocorre logo após o primeiro contato com a droga. Nessa fase, o
álcool serve de muleta, pois facilita o contato social. O indivíduo
sente-se bem quando ingere álcool. É o caso do adolescente
que vai, pela primeira vez, a um barzinho ou a um baile, toma um chope
ou uma caipirinha, fica mais solto, mais alegre, ou da menina que vê
diminuídos os sintomas da TPM e a inibição. Para
eles, o álcool alivia a ansiedade, a angústia diante das
dificuldades naturais da vida.
Fase 2 – Tolerância
Período em que a maioria desenvolve um mecanismo de tolerância
ao álcool e há uma adaptação do sistema nervoso
central (SNC) a maiores quantidades da droga. Quem não conhece
o jovem vencedor, brilhante no trabalho e nos estudos, feliz no amor,
que vai a festas, bebe mais do que os outros, não se embriaga e
ainda leva os o amigos bêbados para casa. No dia seguinte, é
comum encontrá-lo gabando-se de que bebida alguma o derruba.
Infelizmente, nessa fase, começam a surgir os apagamentos. Apagamento
é diferente de coma alcoólico. No apagamento, a pessoa age
sem registrar o que faz. Vai ao banco, paga contas, guarda o carro na
garagem, atropela um pedestre, comete um homicídio e não
se lembra de nada, mesmo que haja vítima, arma e testemunha diante
de seus olhos.
No final da segunda fase, a pressão social se intensifica e provoca
as “paradas forçadas”, que podem durar meses e até
anos, mas a doença continua em franco desenvolvimento e, surgindo
uma oportunidade, ele volta a beber.
Fase 3 – Síndrome de Abstinência
Neste estágio da doença, a dependência física
está instalada e o álcool, paradoxalmente, passa a ser o
remédio que minora o sofrimento nas crises de abstinência,
que são dolorosas. A deterioração física,
mental e social é evidente. Basta observar a figura ictérica,
inchada, sem controle dos esfíncteres, perambulando pelas ruas
ou vítima de tremores, delírios e alucinações,
capaz de beber desodorante, álcool etílico, combustível,
perfume e até urina porque sabe que através dela parte do
álcool ingerido será eliminada.
Sérias complicações de saúde – cirroses,
neurites, psicoses, pancreatites, hemorragias de esôfago e estômago,
tumores malignos – marcam a 3ª fase.
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