COMO CONVERSAR COM O PACIENTE

A maioria dos pacientes em estado terminal procura falar sobre a angústia da morte, a maioria deles quer ser ouvida, quer ser confortada, quer encontrar na humanidade algum apoio que, muitas vezes, nunca teve durante seus anos de saúde.

Para viver momentos terminais sem o terror, temor e tormento da idéia do fim e da perda, é necessário cultivar um certo desapego em relação à vida, é necessário ter a consciência de que na morte, não podemos levar nada conosco; nem os bens, nem os amigos, nem os diplomas, nem o sucesso. Deixar de ser para essas coisas significa, obrigatoriamente, que essas coisas também deixam de ser para quem vai morrer.

O maior empenho está em desfazer, na medida exata, o culto ao ego que há dentro de cada um de nós. Esse culto ao ego é que faz com que a pessoa acredite e aceite a morte dos bilhões de seres humanos do mundo, menos a sua própria. Para ele não existe o curso natural dos acontecimentos biológicos a que todos seres viventes estão sujeitos. É o culto ao ego que faz o indivíduo se colocar sempre acima do todo a que pertence.

O comportamento humano, maniqueísta, sugeria que podíamos viver, agir e aproveitar os prazeres da vida sem temer nenhuma punição depois, sem temer a morte, porque a morte não é nada para quem está vivo, pois, quando existimos a morte não existe e, quando a morte está presente, deixamos de existir. No entanto, apesar do discurso materialista sobre a morte apelar fortemente para a razão, se esforçando em deixar a emoção de lado, no ser humano normal o medo de morrer pode gerar um apego muito forte aos elementos do cotidiano, um desespero diante da possibilidade perder tudo o que colecionou durante a vida, com a morte.

Para a visão materialista dos filósofos iluministas do século XVIII, a morte é o fim total e absoluto, é nada mais do que a interrupção de um processo neurofisiológico, um mero evento biológico.
Segundo Epicuro, a morte se caracterizaria pela ausência de sensações, pois, o morto não sente. Seguindo esse raciocínio, não deve ser boa nem ruim a morte, uma vez que só há bom e ruim na sensação, e a morte é ausência de sensação. De fato, as sensações representam a porta de entrada de nossa consciência, a qual nos dará a noção de nosso sujeito (nosso corpo) e de nosso objeto (do mundo ao qual contactamos pelas sensações). Como a morte é ausência das sensações, e estas representam a fonte de todo o prazer e de toda dor, não pode haver nada de bom nem de ruim, nem prazer nem dor, depois da morte.

O apelo religioso deve ser considerado em primeiro lugar, independente da crença religiosa, a maioria das doutrinas ajuda a superar a angústia em relação à idéia de finitude, ajuda a encontrar respostas sobre por que se vive, por que se morre e o que acontece após a morte. Excetuando as crenças de teor punitivo, que normalmente atendem mais a aspiração de vingança do ser humano rancoroso do que uma sólida base teológica, a maioria das doutrinas conforta e consola diante da morte.

Convém ter sempre em mente que ninguém pode mudar o fato de que um dia vai acabar, mas podemos mudar o modo de nos relacionarmos com esse fato.
O ser humano moderno fruto de nossa sociedade consumista, gasta todo seu tempo de vida procurando ter e gozar do que tem, chegando ao momento da morte totalmente despreparado.
Pensar na morte de maneira serena e calma não é uma questão de morbidez, masoquismo, ideação suicida, falta de vontade de viver, porque é bom deixar de existir ou algo assim. Na realidade, trata-se da conscientização de que ela vai acontecer de qualquer forma e com todos que andaram, andam ou venham a andar sobre a Terra. É a adaptação para com algo que vai acontecer, queiramos ou não, uma hora ou outra.



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