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É
DIFÍCIL ALGUÉM ESTAR REALMENTE PREPARADO PARA O DIAGNÓSTICO
DE CÂNCER
Quando isso acontece a primeira atitude é de negação.
Normalmente as pessoas custam muito a acreditar que aquele diagnóstico,
culturalmente muito temido, esteja acontecendo exatamente com elas. Muito
freqüentemente as pessoas duvidam que estejam lhes dizendo a verdade.
É um momento de grande angústia, sensação
de vazio e abandono, onde a introspecção proporciona uma
revisão nos valores e na vida em geral, onde afloram lembranças
de pessoas queridas ou conhecidas que, muito possivelmente serão
deixadas para trás.
Posteriormente surge o medo, medo de morrer, de deixar
pessoas queridas, de abandonar projetos futuros. Há uma forte angústia
diante da possibilidade da dependência dos outros, do sofrimento
futuro, quer pela doença, quer pelas conseqüências do
tratamento. Mas todos esses sentimentos devem ser reavaliado ou orientado
por profissionais para minimizar os efeitos do preconceitos sobre as emoções.
Em geral as pessoas acreditam que câncer é sinônimo
de sofrimento e morte. É assim que o câncer e seus tratamentos
constituem uma fonte de estresse, capaz de desencadear desordens de ajustamento
nestes indivíduos problemas somáticos, psíquicos
e sociais. Há trabalhos sobre o desenvolvimento de sintomas somáticos
associados às preocupações emocionais e sociais relacionados
à idéia do câncer, mais do que devidos ao câncer
propriamente dito.
No entando, estudos sobre os aspectos clínicos e terapêuticas
referentes a vários tipos de câncer, mostram que as chances
de cura para os pacientes atendidos na década de 80 foram 40% maiores
do que as dos pacientes tratados nas décadas de 50 e 60. E nos
dias atuais já temos vários tipos de câncer curáveis.
Isto significa que atualmente os pacientes podem esperar possibilidades
de cura muito maiores do que no passado, principalmente em função
dos significativos progressos científicos e tecnológicos
que ocorreram nas áreas de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
A clínica comprova freqüentemente que as manifestações
iniciais do câncer permanecem latentes, estacionárias por
longo tempo, antes de manifestar-se morbidamente, dando oportunidade à
intervenção terapêutica. As atuais possibilidades
da medicina permitem afirmar que o câncer é curável,
quando tratado no início. Por conta desse prognóstico progressivamente
mais otimista os médicos devem se preocupar sempre em identificar
e estimular condições que facilitem a adaptação
de seus pacientes. Assim sendo, o tratamento psicológico, em pelo
menos alguma extensão, será sempre benéfico.
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